Comportamentos de risco e complicações das quedas

Antes de iniciar o conteúdo, ouça o áudio da formadora Fátima Carvalho que trará detalhes importantes para o estudo desse tema:


Comportamentos de risco

Prevenir quedas é um trabalho que envolve um olhar sistêmico para o idoso, ou seja: entender as condições do seu processo de envelhecimento, observar o que precisa ser mudado no local em que vivem considerando os fatores de risco e também alertar sobre comportamentos que podem causar um acidente. Por mais que se cuide de um ambiente para que ele seja seguro, ainda haverá maneiras de se arriscar. Atenção para as seguintes situações envolvendo pessoas idosas:

Caminhar no escuro
Consertar o telhado
Subir em árvore
Usar a escada dobrável
Usar o andador
Subir ou descer da rede de dormir
Subir a escada do ônibus
Subir em um banquinho
Subir em uma cadeira
Usar bebida alcoólica
Fazer trabalho pesado
Usar calçado com solado escorregadio

Quanto mais fatores de risco associados, maior o risco de sofrer uma queda. Tão importante quanto identificar esses fatores é observar a interação e a provável sinergia entre eles.

Portanto, as quedas não intencionais podem estar relacionadas às atividades que geram comportamentos de risco, aos aspectos referentes ao ambiente (fatores extrínsecos), a fatores individuais (fatores intrínsecos), a fatores demográficos ou a ação combinada entre esses diversos fatores, como mostra a ilustração a seguir.

 

Complicações das quedas

A queda na pessoa idosa representa um grave problema de saúde pública por conta das suas consequências que vão desde lesões leves, lesão muscular, fraturas, e traumatismos cranianos. O que pode levar a restrições de movimento, redução das atividades diárias, dependência, hospitalização e institucionalização, interferindo diretamente na qualidade de vida dessa pessoa.

As fraturas mais comuns em idosos após uma queda são as de quadril, seguidas pelas de punho, sendo que as fraturas de quadril são a maior causa de hospitalização nessa população. É de extrema importância relatar também que para uma pessoa idosa, a queda pode assumir um significado de decadência e fracasso, gerado pela percepção da perda de capacidade do corpo, potencializando sentimentos de vulnerabilidade, ameaça, humilhação, culpa e medo.

O medo de cair tem consequências negativas no bem-estar físico e funcional dos idosos, no grau de perda de independência, na capacidade de realizar normalmente as atividades da vida diária (AVDs) e na restrição da atividade física, o que explica o grau de prevalência do estilo de vida sedentário nos idosos. Um estilo de vida sedentário, alimentado pelo medo de uma possível queda ou cair novamente, leva a redução da força muscular, mobilidade e equilíbrio, podendo aumentar ainda mais o risco de quedas, entrando em um ciclo vicioso denominado: Síndrome Pós Queda, que estudaremos no próximo bloco.